Cine PE 2018: 4ª noite de festival concentrou ótimos curtas
Na apresentação da quarta noite do 22º Cine PE – Festival do Audiovisual, neste domingo (3), o clima presente na mostra de curtas-metragens foi de reflexão e posicionamentos políticos com doses de simplicidade e talento. Entre realizadores de primeira viagem e diretores já veteranos no mercado, fomos apresentados a diversos inquietamentos e questionamentos disparados de formas únicas e peculiares na tela.
O curta-metragem pernambucano Deep Dive, do estreante Pedro Arruda, abriu a noite com uma sequência de sonoplastia estridente e takes elaborados de forma simples, porém muito comunicativa.
Curta-metragem de aluno da AESO-Barros Melo deu início à 4ª noite de exibições do Cine PE 2018.
Na sequência, o público recebeu o convite para mergulhar em uma obra que se faz muito necessária dentro de nossa atual conjuntura. O curta-metragem Universo Preto Paralelo, de Rubens Passaro, chega como um murro no estômago e narra, por meio de pinturas da época escravista, depoimentos de torturadores e vítimas da Ditadura Militar, os lados do opressor e do oprimido dentro de um mesmo espaço de fala.
“Universo Preto Paralelo” foi ovacionado pelo público.
Logo em seguida, como um suave conforto, a animação Insone, de Débora Pinto e Breno Guerreiro, nos carregou de volta aos tempos de criança, quando a inocência compartilhada e o olhar infantil eram capazes de criar mundos e inúmeras batalhas dentro deles. Com bastante técnica e talento, os diretores conseguiram transmitir em tela uma simplicidade apaixonante e ao mesmo tempo bastante vibrante, fazendo os aplausos se propagarem dentro do Cinema São Luiz.
“Insone” foi uma das melhores animações exibidas nesta edição do festival.
Direto de Olinda, o curta-metragem Frequências, de Adalberto Oliveira, carrega uma fotografia única e planos inesquecíveis. O diretor excita o público quanto à compreensão de tudo que se passa ali: uma sociedade pernambucana, de caranguejos, ferro fundido e geograficamente inversa. O curta causa inquietação e dúvidas na mesmo medida em que escancara esclarecimentos. Trata-se de uma obra com estilo narrativo único, que pode até dividir opiniões, mas é inegável que sua realização foi minuciosa e encantadora.
O curta pernambucano “Frequências” causa inquietação e dúvidas.
Também no direcionamento político e dentro dos temas extremamente necessários para debate, o curta-metragem Peripatético, da diretora Jessica Queiroz, tem como tema o racismo e descriminação sofrida por jovens periféricos no histórico atentado à sociedade no mês de Maio de 2006. Retratando a vida de três amigos negros, a diretora nos apresenta uma realidade de injustiças e privilégios, com doses de humor e de reflexão em cada ambiente. Somos alertados sobre o quanto a sociedade negra e parda sofre devido ao abuso das autoridades e, principalmente, por conta do aprisionamento promovido diariamente por nossa própria política de sociedade.
“Peripatético” mistura drama com boas doses de humor.
Já no curta Lençol de Inverno, do diretor Bruno Rubim, é notória a fotografia fria que retrata muito bem as relações familiares dos personagens. A obra trata do tema da homossexualidade em um ambiente retrógrado e de puro patriarcalismo. Não vemos mulheres em cena, os homens são dominantes, a masculinidade é escancarada, fazendo-nos descobrir aos poucos como amar em um ambiente machista pode ser doloroso.
O sensível “Lençol de Inverno” traz Roney Villela no elenco.
Encerrando a Mostra Competitiva de Curtas Nacionais, Não Falo com Estranhos, do realizador Klaus Hastenreiter, mostra com um tom bem leve e pitadas de humor o quanto os humanos dificultam as coisas simples e como somos especialistas em procrastinar nossas ações. O curta é feito de forma singela, mas carrega um pouco do posicionamento da noite – não desistir de nossos objetivos, sonhos e lutas, pois somos do tamanho de todos eles.
“Não Falo com Estranhos” explora romantismo e timidez com bom humor.
Para encerrar a noite, o documentário Henfil, de Angela Zoé, narrou a vida do cartunista que se apresentava por esta alcunha. O filme integra a Mostra Competitiva de Longas Metragens.
O curta-metragem pernambucano Deep Dive, do estreante Pedro Arruda, abriu a noite com uma sequência de sonoplastia estridente e takes elaborados de forma simples, porém muito comunicativa.
Curta-metragem de aluno da AESO-Barros Melo deu início à 4ª noite de exibições do Cine PE 2018.
Na sequência, o público recebeu o convite para mergulhar em uma obra que se faz muito necessária dentro de nossa atual conjuntura. O curta-metragem Universo Preto Paralelo, de Rubens Passaro, chega como um murro no estômago e narra, por meio de pinturas da época escravista, depoimentos de torturadores e vítimas da Ditadura Militar, os lados do opressor e do oprimido dentro de um mesmo espaço de fala.
“Universo Preto Paralelo” foi ovacionado pelo público.
Logo em seguida, como um suave conforto, a animação Insone, de Débora Pinto e Breno Guerreiro, nos carregou de volta aos tempos de criança, quando a inocência compartilhada e o olhar infantil eram capazes de criar mundos e inúmeras batalhas dentro deles. Com bastante técnica e talento, os diretores conseguiram transmitir em tela uma simplicidade apaixonante e ao mesmo tempo bastante vibrante, fazendo os aplausos se propagarem dentro do Cinema São Luiz.
“Insone” foi uma das melhores animações exibidas nesta edição do festival.
Direto de Olinda, o curta-metragem Frequências, de Adalberto Oliveira, carrega uma fotografia única e planos inesquecíveis. O diretor excita o público quanto à compreensão de tudo que se passa ali: uma sociedade pernambucana, de caranguejos, ferro fundido e geograficamente inversa. O curta causa inquietação e dúvidas na mesmo medida em que escancara esclarecimentos. Trata-se de uma obra com estilo narrativo único, que pode até dividir opiniões, mas é inegável que sua realização foi minuciosa e encantadora.
O curta pernambucano “Frequências” causa inquietação e dúvidas.
Também no direcionamento político e dentro dos temas extremamente necessários para debate, o curta-metragem Peripatético, da diretora Jessica Queiroz, tem como tema o racismo e descriminação sofrida por jovens periféricos no histórico atentado à sociedade no mês de Maio de 2006. Retratando a vida de três amigos negros, a diretora nos apresenta uma realidade de injustiças e privilégios, com doses de humor e de reflexão em cada ambiente. Somos alertados sobre o quanto a sociedade negra e parda sofre devido ao abuso das autoridades e, principalmente, por conta do aprisionamento promovido diariamente por nossa própria política de sociedade.
“Peripatético” mistura drama com boas doses de humor.
Já no curta Lençol de Inverno, do diretor Bruno Rubim, é notória a fotografia fria que retrata muito bem as relações familiares dos personagens. A obra trata do tema da homossexualidade em um ambiente retrógrado e de puro patriarcalismo. Não vemos mulheres em cena, os homens são dominantes, a masculinidade é escancarada, fazendo-nos descobrir aos poucos como amar em um ambiente machista pode ser doloroso.
O sensível “Lençol de Inverno” traz Roney Villela no elenco.
Encerrando a Mostra Competitiva de Curtas Nacionais, Não Falo com Estranhos, do realizador Klaus Hastenreiter, mostra com um tom bem leve e pitadas de humor o quanto os humanos dificultam as coisas simples e como somos especialistas em procrastinar nossas ações. O curta é feito de forma singela, mas carrega um pouco do posicionamento da noite – não desistir de nossos objetivos, sonhos e lutas, pois somos do tamanho de todos eles.
“Não Falo com Estranhos” explora romantismo e timidez com bom humor.
Para encerrar a noite, o documentário Henfil, de Angela Zoé, narrou a vida do cartunista que se apresentava por esta alcunha. O filme integra a Mostra Competitiva de Longas Metragens.