Edilson: marketing domina gestão
O candidato ao governo do Estado pelo PSOL, Edilson Silva, voltou a disparar sua metralhadora de críticas contra a gestão do governador-candidato Eduardo Campos (PSB), durante debate realizado, ontem, na AESO. Em debate com jornalistas e estudantes, o psolista direcionou sua mira às políticas de segurança, saúde e educação implementadas pelo atual governador, a quem chegou a chamar de “cara-de-pau”, acusando a gestão socialista de ser dominada pelo marketing. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os três novos hospitais, carros-chefe das propagandas do governo, foram um dos principais alvos do candidato, que negou ter havido uma “revolução na área de saúde”. “Na Restauração, eu já contei 750 mortos neste ano. Tem gente sendo atendida ao lado de cadáver”, denunciou ele, que já requereu judicialmente o acesso ao livro de óbitos do hospital. Em relação à educação, Edilson afirmou tratar-se de uma “contradição”, o estado que mais cresce pagar o pior salário do país aos professores. “Eduardo Campos acha que R$ 1.300 de piso é muito”, ironizou, acrescentando críticas as chamadas “escolas de referência” mostradas no guia eleitoral do socialista. “Entre as 1200 escolas do Estado, ele pegou 140 e chamou de escolas de referência. Sabe o que é? É uma escola. Com professores de todas as matérias, merenda...e chamam isso de escola do futuro, mas as outras mil escolas não têm nem isso”, arrematou. A queda de 12% na taxa de homicídios também é vista com pessimismo por Edilson, que acusou o governo de introduzir uma política “mercenária” na polícia militar ao conceder gratificações aos batalhões cujas áreas registrarem redução do número de assassinatos. Edilson afirmou que contornaria a falta de uma base de apoio hegemônica no Poder Legislativo, caso venha a ser eleito para o Palácio do Campo das Princesas, com o apoio popular, citando a convocação de plebiscitos como forma de viabilizar matérias de interesse do Estado que encontrem resistência dos deputados. Ao final, Edilson Silva negou ser um candidato “exótico” e fez um apelo para que o eleitor mostrasse que “nem todo mundo é enrolado pela propaganda governamental”. O próximo debate acontecerá na próxima terça-feira, com Roberto Numeriano (PCB). De todos os candidatos ao governo, o governador Eduardo Campos foi o único que não confirmou presença, alegando incompatibilidade na agenda.