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Ponderação é qualidade essencial para economizar na hora de ir às compras



A vida não está fácil para o consumidor. Com uma inflação na casa dos 5,59% e com a terceira maior alta no valor da cesta básica, com 2,21%, o recifense precisa driblar a elevação dos preços e comprar na feira mensal apenas o necessário para não onerar o planejamento financeiro. Na hora de definir o que comprar, os especialistas financeiros recomendam elaborar uma lista antes de ir às compras, deixar as crianças em casa para não estimular as aquisições por impulso e comparar os preços dos produtos, sobretudo de marcas diferentes. Com uma simples pesquisa em três supermercados, aFolha de Pernambuco constatou uma diferença de 55,21% no preço do azeite, justificando-se por ter um valor agregado maior. Além disso, o amaciante, por apresentar marcas diferentes, chegou a apontar disparidade de 51,8%.

Conforme relatório da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) sobre consumo, a organização é a peça-chave para evitar extravagâncias durante as compras. “É preciso se programar: o uso da lista é essencial para que o cliente não compre muito mais do que o necessário. Quando perceber que algum alimento está muito mais caro do que o habitual, faça substituições: o feijão pode ser substituído pela ervilha em algumas ocasiões e o arroz também pode ser trocado por algumas massas e alimentos congelados, se estiverem mais em conta”, recomendou o texto.

Seguindo os passos dessa orientação, o levantamento da reportagem identificou que a substituição é válida. O amaciante de dois litros, por exemplo, apenas por vender o conceito de “concentrado”, apresentou um preço de R$ 5,80 a mais. Para o funcionário público Gilmar Domingues, averiguar valores antes de comprar é fundamental para não deixar o saldo no vermelho. “Veja, prefiro levar três litros de água sanitária por R$ 3,60 de uma marca diferente ao invés de pagar R$ 3,20 por dois litros porque a marca é conhecida. Na minha visão, isso não faz sentido”, comentou. Deixar de lado uma logomarca para poupar, um dos conselhos priorizados pelos educadores financeiros, pode surtir efeito quando as contas forem para a ponta do lápis. Por exemplo, se uma lata de leite de 280 gramas custa R$ 11,90 e uma de 200 gramas registra R$ 2,99, a economia por lata comprada passa a ser R$ 8,91.

Nos meses em que as contas ficam apertadas em virtude do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), do Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU) e por conta da matrícula escolar (que este ano registrou alta entre 6% e 12%), o auditor interno Danilo Barbosa disse pesquisar bastante antes de fazer a feira para a casa. “Todo o meu salário ( R$ 2,5 mil) é destinado para pagar todas as contas. Desse valor, destino R$ 500 para as aquisições em supermercado. Mas para isso, comparo preços entre marcas, aproveito promoções e não levo o supérfluo, mas sim apenas o que está na lista”, garantiu.

Especialistas dão dicas para diminuir gastos

Algumas dicas para a feira de supermercado podem ser cruciais para fazer o dinheiro render um pouco mais. Sendo assim, o consumidor precisa ficar atento às táticas usadas pelos estabelecimentos para chamar a atenção dos clientes e estimular o consumo. De acordo com a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), uma prática rotineira é oferecer descontos em alguns produtos em dias específicos. Como uma armadilha, essas ações servem de isca para atrair a clientela e vencer os concorrentes.

Além disso, entre os principais apelos do consumo, a forma como os produtos estão expostos (em alguns casos na entrada das lojas são colocadas bancas temáticas relacionadas com a época do ano e seus artigos) pode contribuir para que novos itens sejam comprados sem estarem dentro do planejado. Fora isso, segundo a coordenadora institucional da Proteste, Inês Dolci, outra alternativa bastante utilizada é a de dispor, nas prateleiras que ficam na altura do olhar do consumidor, os produtos que possuem um valor mais alto ou de marcas tradicionais e normalmente mais caras. Essa tática serve para aumentar as chances da compra por impulso.

“Antes de mais nada é interessante observar se os produtos irão de fato atender sua necessidade e que não comprometer o orçamento. Por isso, o mais indicado é que a quantidade de produtos para o número de pessoas que fazem as refeições em casa também seja dimensionada”, falou Inês. Para evitar que os gastos sejam em maiores proporções, a diretora da Consumix e coordenadora do curso de publicidade da Faculdade Integradas Barros Melo (Fibam), Izabela Domingues, disse que as crianças podem ser grandes influenciadoras nesse processo. “Têm coisas que os varejistas nunca colocam nas publicidades: como as pessoas podem estreitar o consumo. A ideia (deles) é sempre de fazer justamente o contrário e, por isso, estimular as crianças a comprarem”, explicou.

Para evitar essa situação, Inês Dolci, alerta: “Leve uma calculadora. Ela é muito útil para saber o preço unitário dos produtos. Anote os preços dos produtos de sua preferência por um período para ter referência da variação do preço e economizar na próxima vez”, sugeriu.

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