Foto: Acervo Pessoal/Gustavo Bettini

Foto: Acervo Pessoal/Gustavo Bettini

Professor da Aeso-Barros Melo lança livro sobre cinema de horror japonês


Rádio, TV e Internet
agosto. 05, 2015

Obra faz relação entre Hollywood e os filmes de terror japoneses

Fantasmas, escuridão e um suspense de tirar o fôlego. O Grito e O Chamado são filmes de terror nascidos de Hollywood com características como estas do cinema de horror Japonês. Levando em consideração essa incorporação por parte do cinema americano, Filipe Falcão, docente das Faculdades Integradas Barros Melo (Aeso), lança o livro Fronteiras do Medo – Quando Hollywood refilma o horror japonês. Além do lançamento da obra, na ocasião ocorre também um debate entre Filipe e Rodrigo Carreiro, doutor em comunicação e professor de cinema da UFPE. O evento é aberto ao público e acontece no dia 18 de agosto, às 19h, na Livraria Cultura (centro do Recife).

A publicação é resultado da tese de mestrado de comunicação do professor e tem como foco explorar a relação entre o cinema hollywoodiano e japonês, na perspectiva de que essa poderosa indústria cinematográfica apropriou-se das técnicas utilizadas pelos japoneses.

O professor Filipe Falcão conversou com a gente sobre o lançamento do livro, cinema de horror japonês e os próximos projetos. Confira:

 

AESO - Como surgiu a ideia de escrever o Fronteiras do Medo?
Filipe - Fronteiras do Medo surgiu como uma conseqüência natural da minha pesquisa de mestrado, na qual estudei filmes de terror feitos no Japão e suas refilmagens feitas nos Estados Unidos. Para o livro, tentei tornar o texto menos acadêmico e mais fácil de ser lido por pessoas que gostam de cinema ou filmes de terror, mas não necessariamente são acadêmicos da área. Tornou-se um produto que retrata uma importante fase do cinema.

 

AESO -  Quais filmes e autores você utilizou para dar vida ao livro?
Filipe - Os principais filmes foram os japoneses Ringu (1998) e a refilmagem norte-americana O Chamado (2002). A escolha aconteceu porque Ringu foi a obra que chamou atenção de Hollywood e do mundo para o horror japonês e O Chamado foi o primeiro remake que foi feito como consequência deste interesse. O resultado foi de muitos milhões de dólares de bilheteria e caminhos abertos para refilmagens de outros filmes. Trabalhei com autores especialistas em noções de gênero, como RickAltman e Steve Neale. E, claro, com pesquisadores que trabalham com filmes de terror como David Roche, Noel Carroll e Laura Canepa. Esta última aceitou o convite de fazer a orelha do livro, o que foi um prazer para mim.

 

AESO -  No livro, como você analisa o cinema de horror japonês e Hollywood?
Filipe - Tratam-se de formatos diferentes de construção de medo. O Japanese Horror (J Horror) é muito mais próximo de um horror sugerido e não explícito. As cenas são mais lentas, temos poucos efeitos especiais e até poucas mortes. São filmes mais silenciosos. Mas tudo vai levando para um sufocante clima final que pode ser traduzido como uma fábrica de produzir medos. O horror americano costuma ser mais explícito, com efeitos especiais e muita maquiagem. São filmes mais barulhentos.

 

AESO - Quais são as características predominantes para identificar um filme de terror japonês?
Filipe - O filme de terror japonês, assim como os feitos nos EUA, possuem vários subgêneros. Assassinos psicopatas, fantasmas, vampiros. Cada um segue um formato. O J Horror possui roteiro amparado na sugestão, na impressão de que naquele quarto escuro pode ter um fantasma e a incerteza de ver ou não a entidade é muito forte. O vilão geralmente é um fantasma de uma mulher de cabelo preto e longo e que busca vingança por uma ação que aconteceu com ela em vida.

 

AESO - Além de O Grito, há outros exemplos de filmes hollywoodianos com características do horror japonês? Se sim, quais? 
Filipe - O Grito também é um remake. O original se chama Ju-On. Uma curiosidade é que os dois filmes, e as duas sequências, foram dirigidas pelo mesmo diretor.

 

AESO - Você coordena o Grupo de Estudos sobre Filmes de Terror na Barros Melo. Pensando nisso, como o livro vai ajudar os alunos no estudo e observação dos diversos subgêneros do horror?
Filipe - Vai ajudar muito porque será mais um elemento que será utilizado nos encontros de como é possível estudar os filmes. Meu interesse no grupo de estudo é permitir que possamos investigar o cinema de horror e existem muitos elementos como o motivo de gostarmos ou do cinema como entretenimento. O grupo de estudo acabou de gravar um curta, que neste momento está sendo editado. Para as próximas atividades, acho interessante seguirmos com a linha de pesquisa. O terror é um dos gêneros mais estudados academicamente.

 

AESO - Você já tem em mente outro projeto envolvendo cinema de horror japonês e/ou adjacentes? 
Filipe - Sim, estou finalizando um segundo livro com outros três autores. Também é sobre filmes de terror, afinal é o que estudo no doutorado. Deve ser lançado no final do ano. Mas por enquanto não posso adiantar nada.   

 

AESO - Para finalizar, Filipe, como o livro contribui para as pesquisas desse gênero no Brasil? 
Filipe - A pesquisa se alinha ao que vem sendo desenvolvido nos estudos de cinema no Brasil de se atualizarem em relação às reflexões sobre o gênero horror que vêm sendo feitas há décadas em países como EUA, Inglaterra, França, Japão e Canadá. Além disso, o livro oferece ampla revisão bibliográfica de textos traduzidos para o português, alguns inéditos no Brasil.

Confira também imagens do Fronteiras do Medo:

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