O trabalho de Nara Araújo faz análise sobre a segurança dos dados pessoais na internet
Se você navegou pelas redes sociais nos últimos dias pode ter notado que está todo mundo compartilhando fotos onde aparecem com rostos visivelmente mais velhos. Esse fenômeno foi causado pela explosão da popularidade do FaceApp, aplicativo que, utilizando inteligência artificial, analisa rostos e os transforma de várias maneiras com um simples clique - envelhecendo, rejuvenescendo, trocando o gênero, a cor dos olhos, entre outras opções disponíveis.
Porém, a brincadeira pode custar caro. Na hora da instalação, o app pede para o usuário aceitar a política de privacidade, onde solicita autorização para acessar uma série de dados pessoais, como normalmente já acontece. Porém, o FaceApp não diz exatamente o que a detentora do serviço pode fazer com o conteúdo fornecido. Por não especificar, as regras deixam espaços para que as informações possam ser utilizadas para fins não desejados.
O assunto foi tema de reportagem para o Jornal da Tribuna (17/07) e o Ronda Geral (18/08), ambos da TV Tribuna. Nas matérias, a bacharelanda em Direito pelas Faculdades Integradas Barros Melo, Nara Araújo, que abordou recentemente o tema em pesquisa, concedeu entrevista falando sobre até que ponto os internautas cedem dados e preferências de forma consciente: “Os utilizadores ainda estão extremamente vulneráveis às informações que são disponibilizadas nas redes sociais e obtidas pelas plataformas online. Ainda não sabemos para onde vão, quem os trata, ou vagamente para que servem. E, por mais que seja dada a opção de anonimização de dados, não foi possível, durante a pesquisa, identificar ainda um método 100% eficaz que, de fato, proteja nossas informações e, consequentemente, nossa privacidade”, comenta.
O projeto de conclusão de curso, intitulado “A Preservação da privacidade e a proteção de dados pessoais do usuário na coleta de dados para fins publicitários”, também alerta que os aplicativos podem vender as informações para que empresas disponibilizem anúncios direcionados para o nicho de público, em que cada pessoa se encaixa. O problema, entretanto, é que essas regras ficam no regulamento que os usuários devem concordar ao baixar o aplicativo, as quais, segundo a empresa de softwares de segurança Kaspersky Lab, 40% dos brasileiros não lêem.
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